Ethernyt – Sob o Domínio das Sombras

E a aventura continua.

Autor: Márson Alquati
Coordenação Editorial: Ednei Procópio
Assistente Editorial: Juliana Medeiros
Comercial: Simone Mateus
Revisão: Sandra Garcia
Editoração Eletrônica: Equipe Giz Editorial
Impressão: Prol Gráfica
Editora: Giz Editorial




Este é o segundo livro da saga “Ethernyt” do gaúcho Márson Alquati, que já considero um entre meus autores favoritos, sem medo de ser exagerada ou demagoga.
Porém, prometi a mim mesma (e inclusive ao autor) dar minha opinião sincera a respeito de sua obra. Aqui no blog já fiz a resenha para o volume um da trilogia, Ethernyt: A Guerra dos Anjos e fiquei incrivelmente empolgada com a leitura que logo adquiri o segundo e pretendo enveredar no próximo em breve.
Mas vamos antes à algumas características que se mostravam no primeiro e que continuam neste.
Os personagens são muito carismáticos, fortes, de personalidade distintas, e que eu costumo caracterizar como “personagens tipo”, onde cada um tem um elemento principal (ou dois) de sua personalidade que o destaca e o individualiza dos demais. Porém, são personagens que não sofrem mudanças interiores com o decorrer do tempo. Mudando de posturas talvez, mas nada na sua personalidade é realmente alterado. Isto, inclusive, é bastante utilizado em filmes de ação que exigem muito mais dos acontecimentos para sua trama, do que da evolução do ser humano. Essa forma de construção pode dar muito errado, criando “pessoas” vazias para seus enredos, ou, como é o caso de “Ethernyt”, dar super certo, pois a velocidade dos acontecimentos não nos permitiriam mergulhar profundamente em todos eles, e porque eles foram forjados de tal maneira e precisão, que tornam-se palpáveis e logo nos apegamos a eles.
Outra coisa que me chamou atenção no livro anterior e que aqui continua é o cuidado histórico, geográfica, e técnico que permeiam a obra o tempo todo. Pois as aventuras que rapidamente se seguem no enredo viajam o mundo com os personagens, e a própria história da humanidade é reescrita a partir da “verdade” que vem à tona com a existência de anjos e demônios. No quesito geográfico vai desde passagens detalhadas por rodovias, cidades inteiras, lugares inóspitos, ou grande pontos de turismo com um cuidado inclusive arquitetônico na descrição. E na parte técnica, é que tanto os armamentos bélicos, os carros, aeronaves e tudo o mais, parecem ter saído de uma verdadeira enciclopédia trazendo incrível veracidade à obra. E toda essa pesquisa, é um sinal do quão empenhado o autor foi ao escrever essa trilogia que de comum, não tem nada.
Aqui, anjos e demônios, não são nada do que toda a mitologia e literatura fantástica já sonhou criar, e para garantir a originalidade e grandiosidade da obra, estamos às voltas também com extraterrestres, tecnologias muito avançadas, e conspiração, muita conspiração que, nesse volume dois, alcança toda a humanidade.
Na sequência dos dois volumes, Márson Alquati, vai do micro ao macro, das dúvidas e desafios de meia duzia de personagens para a catástrofe global, do medo do futuro para o caos personificado.
Confesso que sempre que um livro de fantasia mexe com toda a humanidade, me deixa com um pé atrás, pois a tarefa de narrar acontecimentos em todo o mundo com perfeição e nitidez é trabalhosa, árdua e pode deixar muitos furos, mas este autor não teve medo. E a tarefa foi cumprida muito bem.
Como pontos negativos do livro, há apenas detalhes. Primeiro que no último terço do livro, o autor usou repetidamente a frase “ato continuo” para expressar reações seguidas umas das outras. Não que seja algo grave, mas trava a leitura um pouco. Um detalhe que a revisão deixou passar. E em segundo lugar é que Márson tem o costume de colocar certos personagens fazendo piadas uns dos outros em vários momentos, inclusive nos de maior tensão. O que caiu muito bem no volume um, não ficou tão bom aqui. Pois em momentos de incrível apreensão e dificuldade essas piadas quebram a imersão e são “uma forçada de barra”. Fica uma dica: permita que as situação de peso ganhem mais veracidade e abertura quando elas se apresentarem, a trama leve é muito interessante, principalmente para um livro de 444 páginas de desbravamento e adrenalina, mas a densidade também faz parte. Que foi algo que ele conseguiu acertar no final, permitindo essa atmosfera mais carregada.
Agora, especificamente sobre o volume dois.
O começo do livro segue o estilo caça ao tesouro, seguindo pistas, armadilhas, e emboscadas, porém, essa parte logo passa, e vamos diretamente para as reais batalhas entre protagonistas e antagonistas, que aumentam de gravidade e dificuldade constantemente.
Um truque muito legal usado no livro, é que os lugares que são desbravados agora são muito mais antigos e encantadores que no primeiro livro, desde cidades de antigos povos que mudaram a humanidade para sempre, até lendas que poderia ser totalmente avessas ao dueto “anjos e demônios”. E a precisão dos detalhes foram tão bem colocados que começo a estudar uma viajem para um certo templo na América Central (quando o dinheiro me permitir claro).
Aqui também, o inimigo se mostra muito mais esperto, mais poderoso, e começamos a entender seus motivos e reais intenções, porém, os anjos não ficam atrás e um verdadeiro oceano de novidades são trazidas à tona da mais profunda possibilidade.
Outra coisa que senti um pouco de falta no volume um foi de romance, aqui ele vem à tona, pequeno, frágil, mas suficiente. Aquele tempero que torna muito melhor o sabor do que se degusta.
E dentre toda essa mistura de referências e nacionalidades, a verossimilhança salta à olhos vistos quando o grande clímax em fim, se inicia. Chefes de estado entram na dinâmica do livro junto com a maior organização global que reúne interesses de vários povos.
Surpresas não param de acontecer, e todo cenário riquíssimo ganha nossa mente, e desligá-la da aventura tornasse penoso. É um livro grande, e pelo número de aventuras e segredos e mistérios e batalhas pode cansar o público, mas recomendo, continue a leitura, pois nas próximas páginas, a magia sempre volta com força total.
Agora, Ethernyt, não tem medo de causar polêmica, tocando em quesitos religiosos, desde católicos, evangélicos (um pouco menos) e pagãs, colocando tudo no mesmo pote de misticismo, incredulidade e, por incrível que pareça, do próprio poder da fé. Pois, se no primeiro volume a criação da própria raça humana passa por uma releitura, tudo em que acreditamos ou não, assim como todas as organizações religiosas, aqui passam pela mesma tela e tinta que transformam tudo em um novo quadro, muito mais sombrio e fantástico.
Para quem gosta de uma boa aventura, com personagens encantadores, bom humor, criatividade e pesquisa em grau extremamente elevado e feito com muito zelo, eu recomendo.
E caso, o volume dois chegue em suas mãos antes do um, e a curiosidade for muito grande, pode ler, que o autor sempre explica o que se passou. Mas, se você leu o primeiro e ainda não leu o segundo, não espere mais.

Dica. Professores de história e geografia do ensino médio poderiam usar esse livro com seus alunos para lhes despertar o interesse e aguçar a vontade de pesquisa, além de incentivar a leitura com um livro que pode ganhar fácil o público adolescente com mais de 15 anos, mesmo sendo uma obra bastante adulta.

Eu fico muito feliz, por ter o meu autografado. Márson Alquati, é sem dúvida, um grande autor de ficção.

Mais sobre o livro no blog Ethernyt

Comentários

  1. Excelente resenha, Carol! Fico muito lisonjeado e honrado por ter este segundo volume da Trilogia Ethernyt tão eximiamente divulgado e resenhado em seu maravilhoso blog! Obrigado minha amiga, e até "O DESTINO DOS ESCOLHIDOS"!

    ResponderExcluir
  2. Não é necessário agradecer. Eu que fico feliz. E sim, nos vemos lá em breve. Estou ansiosa para continuar a jornada.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas